Para o vereador do Democratas, que
agora é oposição, a situação da Saúde em Itabuna, por exemplo, é pior do
que a deixada pela gestão anterior
Por Celina Santos
"De modo geral, não tenho dúvidas de que hoje a situação é pior.
Entendemos as dificuldades encontradas, assim como Azevedo encontrou
dificuldades. Pelo menos, Azevedo continuou os problemas, mas no governo
atual os problemas pioraram", argumentou o edil, numa defesa um tanto
enviesada da gestão anterior.
Na avaliação de Pinheiro, a situação do Hospital de Base Luís Eduardo
Magalhães, onde esteve no último dia 10 de abril, é um retrato do "caos
na Saúde". Ele aponta deficiências, como: falta de insumos e
medicamentos, não funcionamento do ambulatório e do setor de psiquiatria
(onde estaria sendo disponibilizado apenas receituário) e a interrupção
do atendimento no laboratório (disponível só para pacientes
internados).
Só se estrangular
O vereador mencionou, ainda, o fato de o Base não realizar cirurgias
eletivas, a exemplo de hérnia e úlcera. "Fazem apenas cirurgias de
urgência e emergência. Se o paciente chegar ao hospital com dores de
hérnia, toma um paliativo e manda pra casa; se estrangular, volta pro
hospital que eles fazem. Então, esse é um problema na cidade hoje",
observou.
Lembramos ao edil que a situação citada já existia na gestão
anterior. O Diário Bahia teve acesso, inclusive, à história de um
paciente que tinha hérnia e, ao procurar o referido hospital, foi
informado de que a intervenção cirúrgica só aconteceria se houvesse
estrangulamento.
A família do homem, cuja identidade não cabe revelar aqui, ameaçou
mobilizar a imprensa e a operação foi feita. Diante da dúvida levantada,
Solon Pinheiro sustentou: "Eu tenho certeza que funcionava o
ambulatório e as cirurgias eletivas eram feitas no ano passado". O caso
acima mencionado ocorreu no final de 2011.
Perseguição política
Nesse momento, Pinheiro aproveita para fazer mais um comparativo: "O
governo atual alega que pegou a Saúde desastrosa. A gente reconhece
isso, mas no mesmo período em 2009, quando Azevedo assumiu, tinha
problemas na Saúde, desvio de recursos, como foi denunciado por ele
próprio, no período de janeiro a abril, porém o ambulatório funcionava, a
psiquiatria funcionava, o laboratório funcionava, mesmo com
dificuldades. Hoje nada funciona no Hospital de Base, hoje ele está
comparado a um posto de saúde, com exceção da emergência", disparou,
como estivesse com uma "metralhadora" imaginária em punho.
Para reforçar a posição de que houve perseguição política do governo
Wagner frente ao governo Azevedo, o edil citou uma ação que até hoje
tramita na Justiça contra a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. "Em
agosto passado, o Ministério da Saúde enviou recursos para a Sesab e
eles preferiram resolver o problema da Santa Casa e deixaram o Hospital
de Base por último, o que é um crime. A lei diz que primeiro tem que
resolver o problema do Base e depois da Santa Casa, que é filantrópica",
relatou.
E emendou: "Foi notória a perseguição política do governo do estado
em relação ao governo municipal. Hoje eu não aceito isso, porque o
prefeito é aliado do governador. Essa é minha grande indagação".
Embate com Carmem do Posto
Questionado sobre as críticas que a vereadora Carmem do Posto Médico
(PR) lhe dirigiu em plenário, dando conta de que Solon Pinheiro só
estaria apontando mazelas agora por ser da oposição, ele
contra-argumentou: "Eu diria que a vereadora Carmem ou estava
mal-informada ou mal-intencionada, porque por inúmeras vezes, como
vereador do Democratas, eu fui no Hospital de Base, fiz diversas
críticas ao prefeito quando tinha que criticar. Em plenário, por
inúmeras vezes eu critiquei. Eu cobrava a ele melhorias para os
problemas. Mesmo sendo do partido dele, diversas vezes fui à prefeitura
cobrar uma solução para a questão do Hospital de Base".
De acordo com o vereador, há registros na Casa de toda a movimentação
dele quando a cadeira de prefeito era ocupada por um correligionário.
"Está tudo na Câmara; quem quiser ir lá tem acesso a isso", desafiou. (Diário Bahia)
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