domingo, 21 de abril de 2013

Solon diz que problemas continuaram com Azevedo e pioraram com Vane

Para o vereador do Democratas, que agora é oposição, a situação da Saúde em Itabuna, por exemplo, é pior do que a deixada pela gestão anterior

Por Celina Santos
Solon Pinheiro visitou o Hospital de Base e o compara a um posto de saúde Solon Pinheiro visitou o Hospital de Base e o compara a um posto de saúde Reconduzido à Câmara de Itabuna há pouco mais de um mês, o vereador Solon Pinheiro (DEM) experimenta uma, digamos, delicada troca de papéis: saiu do lugar de "vidraça" (aliado do prefeito) para o de "estilingue" (oposição ao gestor). Essa mudança fica clara quando ele faz uma comparação entre os primeiros 100 dias da gestão do ex-prefeito Nilton Azevedo (ainda seu correligionário no Democratas) e o mesmo período da administração de Claudevane Leite (PRB).
"De modo geral, não tenho dúvidas de que hoje a situação é pior. Entendemos as dificuldades encontradas, assim como Azevedo encontrou dificuldades. Pelo menos, Azevedo continuou os problemas, mas no governo atual os problemas pioraram", argumentou o edil, numa defesa um tanto enviesada da gestão anterior.
Na avaliação de Pinheiro, a situação do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, onde esteve no último dia 10 de abril, é um retrato do "caos na Saúde". Ele aponta deficiências, como: falta de insumos e medicamentos, não funcionamento do ambulatório e do setor de psiquiatria (onde estaria sendo disponibilizado apenas receituário) e a interrupção do atendimento no laboratório (disponível só para pacientes internados).

Só se estrangular
O vereador mencionou, ainda, o fato de o Base não realizar cirurgias eletivas, a exemplo de hérnia e úlcera. "Fazem apenas cirurgias de urgência e emergência. Se o paciente chegar ao hospital com dores de hérnia, toma um paliativo e manda pra casa; se estrangular, volta pro hospital que eles fazem. Então, esse é um problema na cidade hoje", observou.
Lembramos ao edil que a situação citada já existia na gestão anterior. O Diário Bahia teve acesso, inclusive, à história de um paciente que tinha hérnia e, ao procurar o referido hospital, foi informado de que a intervenção cirúrgica só aconteceria se houvesse estrangulamento.
A família do homem, cuja identidade não cabe revelar aqui, ameaçou mobilizar a imprensa e a operação foi feita. Diante da dúvida levantada, Solon Pinheiro sustentou: "Eu tenho certeza que funcionava o ambulatório e as cirurgias eletivas eram feitas no ano passado". O caso acima mencionado ocorreu no final de 2011.

Perseguição política
Solon Pinheiro e o presidente da Fasi, Paulo BicalhoSolon Pinheiro e o presidente da Fasi, Paulo BicalhoSegundo o vereador democrata, a realidade encontrada no Hospital de Base foi relatada por ele ao presidente da Fasi (Fundação de Assistência à Saúde de Itabuna), dr. Paulo Bicalho, durante audiência pública na Câmara, dia 11 de abril. "Ele reconhece todos esses problemas e diz que nos próximos dias serão sanados, alegou falta de recursos", ressalvou.
Nesse momento, Pinheiro aproveita para fazer mais um comparativo: "O governo atual alega que pegou a Saúde desastrosa. A gente reconhece isso, mas no mesmo período em 2009, quando Azevedo assumiu, tinha problemas na Saúde, desvio de recursos, como foi denunciado por ele próprio, no período de janeiro a abril, porém o ambulatório funcionava, a psiquiatria funcionava, o laboratório funcionava, mesmo com dificuldades. Hoje nada funciona no Hospital de Base, hoje ele está comparado a um posto de saúde, com exceção da emergência", disparou, como estivesse com uma "metralhadora" imaginária em punho.
Para reforçar a posição de que houve perseguição política do governo Wagner frente ao governo Azevedo, o edil citou uma ação que até hoje tramita na Justiça contra a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. "Em agosto passado, o Ministério da Saúde enviou recursos para a Sesab e eles preferiram resolver o problema da Santa Casa e deixaram o Hospital de Base por último, o que é um crime. A lei diz que primeiro tem que resolver o problema do Base e depois da Santa Casa, que é filantrópica", relatou.
E emendou: "Foi notória a perseguição política do governo do estado em relação ao governo municipal. Hoje eu não aceito isso, porque o prefeito é aliado do governador. Essa é minha grande indagação".

Embate com Carmem do Posto
Questionado sobre as críticas que a vereadora Carmem do Posto Médico (PR) lhe dirigiu em plenário, dando conta de que Solon Pinheiro só estaria apontando mazelas agora por ser da oposição, ele contra-argumentou: "Eu diria que a vereadora Carmem ou estava mal-informada ou mal-intencionada, porque por inúmeras vezes, como vereador do Democratas, eu fui no Hospital de Base, fiz diversas críticas ao prefeito quando tinha que criticar. Em plenário, por inúmeras vezes eu critiquei. Eu cobrava a ele melhorias para os problemas. Mesmo sendo do partido dele, diversas vezes fui à prefeitura cobrar uma solução para a questão do Hospital de Base".
De acordo com o vereador, há registros na Casa de toda a movimentação dele quando a cadeira de prefeito era ocupada por um correligionário. "Está tudo na Câmara; quem quiser ir lá tem acesso a isso", desafiou. (Diário Bahia)

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