No
chamado “palco brega”, a figura que dominou a plateia do início ao fim
do seu show, no início da noite desse sábado, foi o baiano Luiz Caldas,
precursor da axé music. Com um repertório propositadamente eclético,
Caldas ilustrou a música de festa da Bahia – gênero que ele ajudou a
fundar nos anos 1980 (originalmente, com o nome de “deboche”). Hoje com
50 anos, Luiz Caldas continua com o mesmo pique. Ele rememorou sua
carreira desde os 7 anos de idade e passeou pelos tempos em que, nativo
de Feira de Santana (BA) e filho adotivo de Vitória da Conquista, tocava
em bailes para ganhar a vida. E era obrigado a tocar de tudo. Revisitou
Sultans of Swing, do Dire Straits, até Primeiros Erros, de Kiko
Zambianchi. Depois, passou por hits como Magia, de seu primeiro disco de
axé. E quando chegou a Haja Amor até as pessoas na fila da sopa de
cebola do La Casserole estavam dançando. O caldeirão rítmico de Caldas
surtiu efeito imediato e já é possível dizer que a plateia do seu show
foi uma das mais animadas dessa edição da Virada. Interessante notar
como o baiano chegou ao blend que deu na axé, com uma pegada muito
particular de guitarra e um senso de apropriação estética que lhe dá um
lugar muito especial na MPB. Inteiraço, dançando muito, conclamando o
público a acompanhar e a dançar, Luiz Caldas fez a noite do Largo do
Arouche.
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